Em meio à vastidão do sertão nordestino, acompanhamos a jornada de Fabiano, Sinhá Vitória, as Crianças e a cadela Baleia. Retirantes famintos e sedentos, eles chegam a uma fazenda abandonada, buscando refúgio e uma esperança mínima de sobrevivência. Enquanto tentam reconstruir suas vidas em meio à adversidade, enfrentam não apenas a seca impiedosa, mas também a brutalidade das relações sociais.
A peça se desenrola em um ciclo contínuo, refletindo a luta diária pela sobrevivência e os sonhos que persistem, mesmo em meio à miséria e opressão. Cada personagem, com suas dores, desejos e silêncios, revela a força e a resiliência necessárias para manter a esperança viva em um mundo árido e implacável. No fim, a roda da vida gira novamente, forçando-os a partir em busca de um novo lugar onde possam recomeçar.
Com uma encenação que valoriza o minimalismo e a potência da linguagem corporal, “Vidas Secas” traz à cena a crueza da realidade sertaneja e a luta incessante por dignidade, mantendo viva a essência poética e crítica da obra de Graciliano Ramos.